segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Suspiro...mas não o doce!!

Hoje enquanto aguardava para ser atendida, pus-me a desfolhar umas revistas que estavam amontoadas num canto da sala de espera, algumas já deviam de estar transformadas em rolos de papel higiénico pois ainda tinham a Cláudia Vieira e o Pedro Teixeira enamorados na capa mas adiante, entre receitas, dietas milagrosas, jet setes, deparei-me com um artigo sobre "Como sentir-se mais valorizada!", pensei que as dicas seriam relacionadas com cuidar mais de nós, ter mais tempo para nós, não valorizar as criticas com intenções altamente destrutivas daquela tia-avó nojenta que só vemos uma vez por ano lança sem dó ré mi fá só lá sí dó, ir a um SPA ou até mesmo fazer uma desses cursos que agora há de valorização pessoal...mas estava enganada! O que o artigo recomendava era "Crie um blogue!", supostamente ter um blogue ajuda na valorização pessoal, pois podemos expressar as nossas ideias sem medos e quanto mais seguidores tivermos mais valorizados nos sentimos pois saber que existe pessoas como nós fará com que não nos sintamos sozinhos neste mundo cruel.

Certamente que a autora teve que fazer algum estudo manhoso qualquer para chegar a esta conclusão e em parte até consigo compreender porque cada vez mais vemos buscas de valorização a nascerem que nem cogumelos! Mas então se uma pessoa anda numa fase em que se sente um monte de cocó e cria um blogue à espera de ter gente que a siga e que concorde com as suas divagações numa de sentir que não está sozinha no mundo e de que tem quem goste do que vai mostrando do si e vai da volta ninguém por lá passa, isso é capaz de fazer com que a pessoa ainda fique a achar que realmente tem algum problema, que não vale mesmo nada, que a sua vidinha é efectivamente uma pasmaceira pegada e que nem um banho de perfume de aroma a pipocas é coisa para resolver o problema!

Estava tão embalada a abanar com a cabeça como aquele animal que empresta o seu nome a muita gente, que nem me lembrei que eu também tenho um blogue, há já quatro anos (what??), e pus-me a avaliar a importância do mesmo na minha valorização e cheguei à conclusão que a única valorização que existe é a que eu lhe dou e não a que ele me pode dar. Se depende-se dele para me sentir mais melhor não passava tanto tempo sem cá por os pés como passo, obviamente que acho imensa graça ter gente que me leia e que se ria das minhas parvoíces, mas não vivo para ele, vivo para mim...uso-o para meu proveito é certo, é nele que descarrego algumas das minhas frustrações e ideias de cocó e porque como já disse algumas vezes, não tenho carteira para terapeutas portanto fica muito mais barato ter um blogue :)

Moral da história: É melhor começar a andar com livros na carteira.

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